Para aqueles que pegaram a história a partir desse ponto e quiser voltar para ler a cena anterior, acessem o seguinte link: Cena 4.
CENA 5
11 de dezembro de 1615, 03h17min
Fazenda Mãe de Jesus, Estado do Maranhão
Após algum tempo observando o local, Fernão escuta uma voz familiar se aproximando.
- Fernão?! - ressoa a voz inconfundível de Manoel - Você conseguiu pegar o animal que atacou Yawara?
- Não. Infelizmente não consegui. Ele correu rápido demais e um galho me nocauteou. Quando voltei a mim ele tinha desaparecido - Fernão começa a olhar em volta para identificar a posição de Manoel.
Vindo da direção da cabana, onde o grupo estava dormindo, Manoel chega até Fernão - E você conseguiu identificar esse animal? Que tipo de animal ele era?
- Não consegui identificá-lo também. Para mim pareceu um homem no momento em que o vimos, mas durante a perseguição na mata escura, ele corria tanto quanto eu na minha forma mais ágil. Como está Yawara? Vai sobreviver?
- Quanto ao Yawara, infelizmente ele não faz mais parte de nossa alcatéia. Tão logo conseguiu se recuperar, ele partiu sem dar muita explicação. Ele apenas disse que esse era seu desejo. Foi uma grande perda, mas tenho esperança que um dia ele se junte à nós novamente.
- Quanto ao nosso atacante misterioso - continua Manoel - se nós tivéssemos mais tempo, eu iria querer investigar e caçar esse ser bastante peculiar. Mas o tempo urge. Castelo Branco aguarda anciosamente esses suprimentos.
- Acredito que você esteja cançado Fernão. Vá dormir o que falta desta noite. Eu ficarei de vigília. Amanhã teremos uma longa viagem pela estrada.
- Sim senhor. Preciso mesmo - Fernão se dirigi para a barraca deles, mas após dar alguns passos ele virou-se à Manoel. - Acredito que eu tenha falado algo de ruim. Passamos um tempo conversando um pouco antes de ele manter a vigilía. Yawara pouco se diferia dos meus companheiros lisboetas. Ele aparentemente não tinha nenhum laço de familia, nem se importava com isto - Então ele retoma sua caminhada rumo a barraca.
CENA 6
11 de dezembro de 1615, 08h17min
Fazenda Mãe de Jesus, Estado do Maranhão
A luminosidade do dia acorda Fernão. Mesmo dentro da cabana, a luz consegue atravessar as frestras das palhas que formam a cobertura. Apesar de ainda estar um pouco sonolento, Fernão consegue perceber que o dia já nasceu a algum tempo.
Ao olhar em volta, Fernão percebe que as coisas de Manoel já foram recolhidas. Então ele sai da barraca a procura de Manoel.
Ao sair da cabana, Fernão se depara com vários curumins brincando. Logo em seguida ele observa os outros residentes da fazenda realizando suas atividades rotineiras. Então ele encherga Manoel próximo à carroça, sendo esta agora em uma área aberta e aparentemente preparada para partir.
Manoel encherga Fernão e, levantando braço, acena para ele indicando que se aproxime. Assim, obtendo uma reposta imediata de Fernão.
- Bom dia Fernão! Pronto para partirmos?
- Mais que pronto, Manoel. Onde está o bom padre para nos despedirmos?
- Ele esteve aqui mais cedo acertando os últimos detalhes da nossa transação. Eu já o paguei pelos mantimentos. Depois disso ele comentou que iria dar algumas aulas de catequese à crianças indígenas - então Manoel passa algumas segundos refletindo para então continuar - você tem mais algum assunto para tratar com ele?
- Não. Tudo já foi falado. Queria só dizer adeus, mas acho melhor que não percamos mais tempo ou estaremos dando muita bandeira para aqueles bandoleiros - Fernão sobe logo em seguida na carroça e estende a mão para puxar o Manoel.
Olhando para a mão de Fernão, Manoel fala - ainda falta chamar o dono da carroça. Ele disse que iria comer alguma coisa enquanto você dormia. A julgar pelo tempo que você levou para acordar, acredito que ele deve ter engordado uns 20 quilos - então Manoel da uma leve gargalhada.
- Vamos fazer assim - Manoel retoma a fala apontando para a igreja - vá até aquela sala onde tomamos leite, na parte de trás da igreja. O condutor está lá. Avise-o que já estamos prontos para partir e retorne com ele. Ficarei aguardando vocês enquanto faço uma última vistoria nas coisas.
Descendo da carroça, Fernão lamenta por ter esquecido completamente do condutor, então ele parte em direção a igreja.
Ao entrar na igreja, Fernão nota que o salão da igreja continua o mesmo visto pela primeira vez a um dia atrás, mas desta vez a iluminação é diferente, revelando detalhes simples da decoração que mereceriam uma admiração caso houvesse tempo para tanto.
Ao chegar à sala nos fundos da igreja, Fernão encontra o condutor sentado à mesa comendo pedaços de pão e segurando um copo de leite. O condutor percebe sua chegada e, num tom animado, ele fala - enfim acordou nosso amigo! Dormiu bem? Acredito que sim. Estou contando com isso. Afinal de contas, precisaremos de toda a atenção e energia que tivermos caso aconteça alguma coisa durante nossa viagem. Mas Deus irá nos proteger e nos livrará de todo mal. Tenho certeza.
- Amém! Dormi sim, obrigado - responde Fernão em tom respeitoso pelo lugar em que se encontra - estamos prontos para partir. Assim que o senhor acabar aí, botaremos o pé na estrada de novo.
- Acabar?! Já faz é tempo! - o condutor da uma gargalhada rápida e zonbeteira - eu estava aqui era mais me rendendo ao pecado da gula - ele volta a gargalhar - vamos! A estrada nos espera.
O condutor se levanta e se junta à Fernão na caminhada rumo à carroça que conduzirá o grupo de volta à São Luiz.
Após ter passado rapidamente pelo salão principal da igreja, ambos chegam à praça da vila e, sem demorar muito, chegam à carroça onde Manoel aguarda.
- Que bom que vocês vieram logo - fala Manoel - vamos cair na estrada, mestre?!?!
- Com certeza! - o condutor sobe na carroça, toma as rédeas dos cavalos e olha para Fernão e Manoel - vocês tem mais alguma coisa por fazer aqui? Essa é a última chamada.
- Não senhor - responde Fernão - podemos ir. Queria dar um último adeus ao padre, mas é melhor irmos logo. O capitão está nos esperando.
Satisfeito com a resposta de Fernão, o condutor dá o comando para os cavalos começarem a se locomover. Em alguns minutos o grupo deixa a Fazenda Mãe de Jesus, tendo como visão de despedida a imagem da cruz no topo da igreja, engolida pela vegetação que a cerca.
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Quero agradecer àqueles que nos deram o prazer de ler nossos relatos de campanha.
Também gostaria de deixar um convite para aqueles que estiverem interessados em participar da campanha. Aos interessados, por favor pronuncie seu interesse nos comentários e adicione seu nome e e-mail para contato.
Entrarei o mais breve possível em contato para viabilizarmos sua participação na campanha
2 comentários:
Gostei muito e gostaria de fazer parte, mas ainda não sei jogar bem RPG. Meu email é ofkferreira@gmail.com (Osmar Ferreira)
Oi Ferreira! Infelizmente nós estamos a algum tempo parado com essa campanha. Mas seu interesse me fez empolgar novamente. Vou ver se consigo reanimar os outros jogadores. Entrarei em contato para maiores detalhes.
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