10 de abril de 2010

Apresentação e O que buscamos no RPG?

Olá pessoal, é com muita honra que escrevo minha primeira participação no RPG Pará. Meu nome é Daniel Coimbra, nasci em Belém e hoje vivo em Macapá. Conheci o RPG (e não estou falando de reeducação postural global) através de jogos de tabuleiro (Dragon Quest e depois Hero Quest), começando pelo AD&D, GURPS, Vampiro: A Máscara e por aí afora. Gosto de conhecer novos sistemas e novas ambientações, mas meus prediletos, seja por afinidade, seja pelo cenário em si são: D&D de um modo geral e Lobisomem: o Apocalipse. Será então em cima desses dois jogos que me deterei mais, ousando de vez em quando passar um pouco de minha parca experiência e, também, comentando temáticas relacionadas aos jogos de interpretação.

Mas pra não ficar só na apresentação, vamos conversar um pouquinho sobre o que buscamos no RPG?

Um dia desses conversava com um amigo sobre interpretar personagens maus, ele recentemente se converteu ao protestantismo e agora evita certos tipos de personagens (devido sua índole ou sua associação com o mal). Conversa vai, conversa vem e eis que surgiu a seguinte afirmação: “jogamos com aquilo que gostaríamos de ser”. Isso é um assunto para outra ocasião, mas me trouxe a seguinte reflexão: O que buscamos no RPG?

É uma pergunta bem pessoal, mas pode-se afirmar genericamente que diversão é o objetivo. Entretanto, creio existirem vários outros “potes no fim do arco-íris” e cito três:

  1. Novas ou velhas amizades: o RPG é feito de pessoas em carne e osso, contato visual e, mais que isso, compartilhamento de idéias e visões; isso mais aproxima que afasta, mostra afinidades e constrói círculos de amizade. Um de meus amigos aqui de Macapá não curte regras, interpreta quando quer, reclama à beça de certas situações no jogo, mas sempre retorna na próxima sessão, notadamente por conta da amizade, ele quer estar no meio do povo e compartilhar daquele momento de descontração.
  2. O prazer de imaginar: quem não experimentou isso logo no comecinho da “carreira”, em sua primeira aventura? Muitos até hoje. Eu sempre digo que o ser humano é um caldeirão de hormônios, libere uma gota do hormônio certo e voilá, algo vai acontecer. Superar uma armadilha, convencer o ancião da primigênie, vislumbrar uma cachoeira que corre ao contrário ou lutar contra uma horda de andróides assassinos, seja qual for a “realidade alternativa”, imaginar é um barato, é uma catarse.
  3. Pura estratégia: o jogo em si, o rolar de dados, as escolhas certas no momento certo, as palavras adequadamente aplicadas, a posição no tabuleiro. A coisa lúdica, o prazer de vencer e a sabedoria de bem perder, o fair-play. Já vi muitos jogadores vibrarem com os combos e acertos críticos, quem não vibra? Jogos altamente estratégicos então, como o atual D&D 4.0, chamam a atenção de quem gosta da jogatina, e eu me incluo.

E você? O que busca no RPG? Diversão? Amizades? Exercício da imaginação? Rolar dados? Algo mais?


Valeu, pessoal!

: )

3 comentários:

Gilson Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gilson Rocha disse...

Verdade, Daniel! Diversão - na base - além de interpretar, imaginar e as amizades.

Eu ouvi algo que nunca esquecerei, e vindo de um narrador, que as pessoas só devem jogar e não encontrar os amigos (...). Uma atrocidade, mas é meu ponto de vista. Perdi o contato.

Gilson

dklautau disse...

Grande Dan. Além das três propostas que você anunciou, quem sabe não se pode encontrar no rpg um conhecimento não apenas estratégico? A catarse aristotélica (não somente a psicológica) trata de encontrarmos um conhecimento (eidos) sobre a realidade através da poética. Quem sabe não se pode aprender, intelectualmente, algo sobre virtudes também?
Abraço.

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